Descrição

No final do verão de 1928, Pierre e Eugénie Savoye decidiram construir uma casa de campo, nas suas terras em Poissy, para lá passar o fim de semana com o filho e receber os amigos. Escolheram um arquitecto vanguardista, já com uma certa reputação, cuja obra descobriram com a villa da Igreja em Ville-d'Avray, Charles-Edouard Jeanneret conhecido como Le Corbusier.

Estão a ser testados novos materiais, nomeadamente betão, e novas técnicas de construção. Estes projetos são difíceis de compreender para as empresas ainda ligadas à alvenaria tradicional, especialmente porque a ambição de utilizar materiais pré-fabricados na fábrica é, em última análise, impossível. Tudo foi moldado ou feito no local, até os tijolos vazados de cimento que preenchem as paredes!

Le Corbusier não apenas constrói uma casa, mas cria um verdadeiro “passeio arquitetônico”.

Esta não é mais uma casa que Le Corbusier está construindo com a Villa Savoye, é A casa. É o culminar de dez anos de pesquisa e experimentação. Ele implementa todos os 5 pontos de uma nova arquitetura: pilotis, janela longa em faixa, telhado plano, planta livre, fachadas livres.

Após a declaração da Segunda Guerra Mundial, o casal Savoye refugiou-se durante algum tempo em Poissy e depois, em maio de 1940, mudou-se para as províncias. A villa foi requisitada pelos alemães, que a transformaram num ponto estratégico de observação sobre o vale do Sena e as fábricas da Ford durante a ocupação.

Na Libertação, o exército americano instalou-se ali. No final do conflito, a casa ficou gravemente danificada: janelas partidas, radiadores congelados, parquet danificado. Em 1945, quando os Savoyes encontraram a sua casa, tudo teve que ser refeito! Decidiram não embarcar na obra e optaram dois anos depois por transformar a propriedade numa quinta tendo a casa como local de arrumos. Eugénie Savoye vem aqui regularmente para comprar frutas e legumes.

Na década de 1950, a cidade de Poissy crescia e precisava criar moradias. O planalto agrícola é o local ideal também em 1958, a cidade de Poissy comprou a propriedade Savoye planejando construir ali uma escola secundária. Enquanto se aguarda a concretização do projeto, a moradia transforma-se num espaço cultural para jovens.

Preocupados com o plano da cidade de Poissy de demolir a vila, os arquitetos se mobilizaram e formaram um comitê para salvá-la. Em 1959, o Ministro da Cultura, André Malraux, tomou medidas para preservar a villa, que a cidade vendeu ao Estado com um terreno de 1 hectare. As restaurações começaram em 1963 e, em 1965, a vila foi classificada como Monumento Histórico. Desde esta classificação ocorreram outros dois programas de restauro e investigação sobre a policromia das paredes.

Consagração em 2016, 17 sítios imaginados por Le Corbusier, espalhados por 7 países e 3 continentes, são inscritos pela UNESCO na lista do Patrimônio Mundial da Humanidade, incluindo a Villa Savoye!

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